porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

DESEJO


O desejo é a explicação exata da gente. Nele não há excesso ou exclusão, enfim, é a tautologia da existência!

Como? (alimento X interrogação)


Hoje sou fábio visitante de ruas. Falar do nome é fugir do enfeite e da piada. Somos peça daquilo que não precisa ser decorado ou explicado. Somo na retina mergulhos diários do metrô ao trabalho, equação natural como vagina de prostituta, nada diferente do que milhares de famosos e/ou anônimos patéticos cronistas já escreveram. Dá nausea ler jornal, pintam aquilo que nossos pés estão. Por que mostrar um rosto enquanto a multidão não pode ser cristalizada numa imagem? Exisitrá uma lente grande o suficiente para a realidade? A mentira surge como alimento. Estou faminto, necessito de almas, de abraços, livres da gramática e distantes do chão lambusado de odor. A Vida é bola no telhado, esconde-se mas é sempre procurada. Alguém sempre a achará ou o dono da bola ou o dono do telhado e quem sabe o vizinho aleijado. Tudo é um mistério. Tudo é arte, pis é sobrevivência. O telhado da sociedade é labirinto do caos. O que é normal é a farsa do medo. Os dedos são fagulhas da mente, pois se tenta fazer o contrário se enterra no tédio do horror da corda podre da razão. Suicídio da conciência. Quem mudará o trilho dos meus passos? Preciso de um help ou serei dono de minha desgraça? Não acredito mais em revoluções ou em porões assombrados. A caça acontece à luz do dia, ou embaixo de um poste mal iluminado em qualquer rua de uma metrópole. Metróple é tudo igual muda só os luagares dos depósitos. Tudo nela é deposíto inclusive o que se considera livre, vázio, pobre desapropriado. Falo isto do bueiro a unha incravada. Tudo é cheio, escesso, acumulo. Violência é trasnbordar da paz. Aqui conheci, o que não dizem. Deixei amigos, conheci olhares iguais, vi gente no shopping, passei horas no cinema, na esquina a vizinha canta bêbada buscando estômago para a semana e na vitrine modelo de plástico despenca, bandido diz ao moleque "viva sem esconder-se, é o que sei". O que disse ou quiz dizer? Não importa as falácias são verdades mal pronunciadas. Mas o que deve ser pronunciado? Nada, pois um arroto vale muito no império do corpo.Vi zumbi, vi advogado, vi mulher pelada, vi mortos, vi montanha, vi estradas, vi passado, vi costelas, vi espelho. Ontem a noite algo aconteceu, dormi feito herói na revista de um imaginário elástico onde o único espectador era eu. A dor de saber da precária depressão de nós mesmos é o máximo desejo daqueles que um dia disseram a palavra "sabedoria". Foge do que tens, encontres com quem és e grite sem medo do excesso para quem lhe falar. A sanidade do ser está na brutalidade da ousadia. O equílibrio está no que está caído ou nem se levantou. Desvende este universo, escondido no que não foi dito. Coma uma interrogação e viverás. ?