porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Política:coisa pequena


Política. Palavra inútil, mas que esmaga a vida da gente feito verme no pneu de caminhão. Será que é preciso estudar pra enxergar o que se pinta no cenário das subprefeituras, prefeituras, governo estadual e federal e o escambal? As coisas mais óbvias são as que nos matam, pois o que é evidente passa pela gente feito bactéria, ou vírus no sangue. Se soubessem como agarrar ou fechar a morte, teríamos nas mãos a receita da perenidade. Será que falta olhos ou sanidade? A sociedade vive de uma epidemia do retardamento. Retardamos nossas possibilidades nas vias e tráfegos. Porque buscamos os mesmos lugares e moramos nos mesmos lotes? Doença, misteriosa doença. Quem não sabe que corrupção não é causa de CPI, mas de processo policial? Enquanto um rouba o patrimônio de todos, o outro rouba o tempo de seu público salário, discutindo erros ou crimes alheios, como palco de um show. Política se transformou em mágica e em campo de atuação. Artistas de egos que almejam atingir o poder até em-podrecer-se de dinheiro. Política não é investigação de casos, mas é imaginário do que é coletivo, do bem dos outros. Quem não sabe que tem mais político e assessores do que projetos aprovados, iniciados e, o mais importante, terminados?! E outra questão, quando que as pessoas enlatadas nos metrôs perceberão o crime da ausência e inadimplência de idéias e construções mais humanas, sem correr o perigo do esmagamento e do brutal sufocamento? Não tenho dever de lambuzar-me com o suor do outro, ou o bafo de cigarro de fulano, num quadrado de transporte que é mais cobrado, de modo supervalorizado, do que diretamente é investido, ou seja, dou uma ferrari para o dono destas coisas que chamamos de empresa, para receber o rabisco de um carro feito por uma criança. Não estamos avaliando aqui a dimensão artística e simbólica deste mero exemplo analógico, mas sim, falamos da dignididade e jsutiça da troca, preimissa esta tão necessária na cultura societária. quando falamos de direito a espaço, e ao conforto num espaço como metrô e outros "lugares" putritamente público, isto não é desprezo pelo(s) outro(s), é sentimento de dignidade, todo o ser humano tem a essência do escolher, pois tudo o que é definido ou forçado é crime, por isso, o estrupo é violação inaceitável. O capitalismo é uma penetração de fatos e sistemas que mergulham num consciente de bando. Quero ter conforto, espaço, ar livre. Numa cidade nem sempre há lugar para gente. Toda a matemática urbana consiste em andar, nunca parar Os que param são os trapilhos e bêbados. Os bancos das praças foram feitos para amarrar tênis e as pontes instrumentos para se chegar ao emprego. Tenho vivido nada e pagado muito, eis a equação do que alguns chamam de capitalismo. Socialismo é tensão de gente barbuda e com a bunda suada. Queria tanto um poente sem camiseta e sem idéia que fere feito faca. Política é o que é? É a mágica de esconder as certezas mínimas daquilo que éramos, somos e seríamos.