porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

sábado, 18 de dezembro de 2010

ante sala

Há tempos minhas idéias esfolam na mente e na pele sem perfurar a intenção querida. Diariamente produzo projetos, estratégias e outras coisas. Só esqueci de dar tempo ao nada e a capacidade de caminhar sem rumo. Neste sentido, não tenho mais o ritmo da ação do sujeito e da lógica literária da necessidade. Escrever para mim transformou-se em tentativa de fuga e de silêncio. Recordo-me do tempo do impulso da imaginação, mas sem saudade, ou remorso de ter perdido algo. As vezes a perda é mais um ganho, pois transpõe uma nova experiência condizente com sua atual condição e consciência. Talvez tenho concretado meus pés, ou melhor, caminhado não pelos bosques longínquos, mas pela calçada da periféria e despido meus olhos para cena real da vida em sociedade. Um elo entre o interesse salarial e a causa buscada, sempre parcialmente, pois não se sabe em que acreditar integralmente. Pois tudo transfomou-se em fumaça de uma hispotése e sala de espera de um lugar imaginado e confortável.