Num país distante de periferia
Em que gente é mal da historia
O homem patrão comeu a criança
E o táxi serve de motel
Nas ruas poeiras sem estrada
Caminho certeiro para o nada
Casas amontoadas apresessadas
Viver è uma questão desigual
Na cara do velho a resistência
No peito da virgem uma doença
Menino bandido é artista
Prostituição é questão salarial
Nas praças quebradas, sem vilas
No monte fedido de um lixo
O carro destroça a saudade
No céu escurece o tal sol
Quem dirá para ela que esta vida
Não tem futuro e saída
Somente um buraco de viver
No semáforo sem trafego e sem pilha
Mãe pariu mais uma historia
Sem letra ou rima que atraía
No valo da fossa de uma vagina
Mulher descobre a desgraçada melancolia
Todo pobre que vive sem lida
Distraí sua anima na ferida
Costura a dor na saliva
E diz sem dizer o que é
Santas tantas coisas não ditas
São tantas caricias distraídas
Que a mão está caída
Numa tolice sem igual
Quero gritar com um sentido
Lambuzar-me do sangue contido
Estremecer o meu punho metido
Numa brigada eterna sem conquista