porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

sábado, 19 de março de 2011

Num pais latino


Num país distante de periferia
Em que gente é mal da historia
O homem patrão comeu a criança
E o táxi serve de motel

Nas ruas poeiras sem estrada
Caminho certeiro para o nada
Casas amontoadas apresessadas
Viver è uma questão desigual

Na cara do velho a resistência
No peito da virgem uma doença
Menino bandido é artista
Prostituição é questão salarial

Nas praças quebradas, sem vilas
No monte fedido de um lixo
O carro destroça a saudade
No céu escurece o tal sol

Quem dirá para ela que esta vida
Não tem futuro e saída
Somente um buraco de viver
No semáforo sem trafego e sem pilha

Mãe pariu mais uma historia
Sem letra ou rima que atraía
No valo da fossa de uma vagina
Mulher descobre a desgraçada melancolia

Todo pobre que vive sem lida
Distraí sua anima na ferida
Costura a dor na saliva
E diz sem dizer o que é

Santas tantas coisas não ditas
São tantas caricias distraídas
Que a mão está caída
Numa tolice sem igual

Quero gritar com um sentido
Lambuzar-me do sangue contido
Estremecer o meu punho metido
Numa brigada eterna sem conquista