porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Eleições dos fracos

Estamos em época de eleições, era de palvras, sálivas em microfones e cabelos preparados para TV´s. Neste cenário o sorriso não é um broto de contentamento. Quantas promessas, dizeres de futuro vendidos como não tão óbvios, porém tem raíz de mesmice. O plano de desenvolvimento de cada candidato soa de maneira repetida, dá nausea, sentimento espontâneo de repelimento, diante de slogans ditados pelo menos há 5 décadas de campanhas passadas. Hoje uma coisa passa despercebida, de maneira estranha mas anatômica, não precisamos de direitos básicos. Mas porque não? Pois isto está assegurado por uma constituição detalhada em artigos e parágrafos, se não está aplicada é outra coisa. Precisamos de governos que saibam guiar um barco em ventos tempestuosos e fortes, como língua de fogos de dragões inimagináveis, não errar rumos, ter no músculo a história do trabalho frente a sonhos de rumos para o todo, não para partes, minorias, elites, selecionados. Necessitamos não de obviedade, mas de percepções diante de direitos mais refinados, imperceptíveis. Não quero ter direito ao transporte, isto é uma premissa superada politicamente, quero sim, andar em um transporte com estilo, com ar favorável, com espaço oportuno e tempo hábil. Vivemos numa época em que não queremos comida, mas cultura de degustação. Não quero hospitais quero saúde. Quero direito o meu direito. Temos que superar o mínimo sempre apresentado como mérito. Não fazer o essencial é crime, fazer o que é difícil e mais sensível é mérito de líderes, por isso, de homens e mulheres aptos a serem eleitos. Sofremos de falta de criatividade e de trabalho de grandes governos. Um governo não deve ser pautado em ofertas daquilo que é dever primário, como: ter comida, trabalho, lazer, moradia, educação. Precisamos de lógicas governamentais que apontem para soluções mais dignas. Ficou claro? É mais fácil pensar naquilo que é pensado, vender aquilo que é estoque é mais fácil. Fraqueza é princípio a ser monitorado nas aparências de cada flash, alienador, dos ditos candidatos. Fraco é aquele que não tem capacidade de dar um passo no diferente, na fartura da idéia ou um olhar para a necessidade do belo, bom e acochegante. Este é o direito que precisamos: o direito a critiavidade das soluções que tanto necessitamos, antes que morramos, e desfrutemos o que verdadeiramente é justo.