porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

queimar, um ato de ser


Putz! Acabei de sair de uma mesa inojada de falas tantas, donde surgiam conceitos como "marxismo", "igreja" e estas coisas tão faladas e ao mesmo tempo tão ocas pela capacidade do ser humano de divagar a sua mente para lugares onde os olhos não enxergam e as mãos nunca tocarão. A delicadeza é a capacidade sutil de pensar, sem pensar. Fernando Pessoa já dizia que "pensar é não viver", talvez este poeta deva ter mergulhado em ambientes assim tão estranhos e patológicos. Hoje não suporto, nem com esforço diplomático, escutar hipóteses e sermões. Escolho olhar para coisas simples, do metrô submerso na terra, a falta de vergonha dos políticos que a cada dia matam vidas e projeções de uma gente "bandificada" na rotina do trabalho de subsistência nas linhas definidas e públicas da cidade. Não quero livros e púlpitos de oradores, quero a palavra do colono e do taxista. Vago entre o silêncio dos adjetivos e substantivos ao barulho ensurdescedor das ruas da cidade. A vida feito em consciência é como vela determinada ao processo de morte. Só se ilumina com a possibilidade certeira do não existir. Velai! esta é a convocação.