porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

domingo, 21 de outubro de 2007

Alma parida.

A mulher é a lapidação de nossa masculinidade. Através de nossa mão de homens, construímos a delicadeza e exuberância de uma alma feminina. A mulher é a saudade da beleza. É a ansia de uma insatisfação do que queremos. É o que nos escapa, embriaga e frustra. A arte é a feminilização da brutalidade do mundo dos homens. Não acredito em anjo, mas nos contornos misteriosos de uma mulher. Piu, é o que tenho a falar. Sem este contato perco-me na filosofia estéril dos pensadores de gabinetes e sacristias.

"curativos em cânceres"

Este mapa deveria ser ensinado nas escolas e distribuído pelo governo Federal. "Poderá um louco falar de sua sanidade?"

Brasil de ontem e hoje

O Brasil e a sua mestiçagem filosófica. O pior é que tem gente que tem um Deus romano e um olhar de chinês. Europeização ou escravidão inconsciente de nosso consciente milenar?! Onde está meu cheiro de fumaça? Onde ficou o meu Deus Sol? Onde está minha destreza nos rios, minha corrida enérgica nas florestas. Onde ficou minha inteligência da oca e meu jardim de carcaças?
Salve Ziraldo! [Índio brasileiro misturado com o passado e publicado no futuro]

Puta cidade maravilhosa

Ontem estava mais uma vez no Rio. Copacabana com sua meretrizes e seus pintados, pelo sol, turistas de não sei donde. Devem ser da linha longe do oceano. O Rio tem algo que consome o orgulho de viver. Você pode tar fudido de cqualquer coisa. O Rio é o psicólogo dos pobres. É o delírio dos artistas. É a alma dos endemoinhados. É a brisa para os desertos homens. O Rio é algo para ser descoberto. O Rio é do Cristo não igrejificado, mas erguido como obra de arte pro mundo contraditório. Quem governa este Rio? Um homem? Talvez, Deus ou o Diabo!? O Rio é coisa de gente grande e brincadeira de nenem. O rio é a alma lavada na pedra de qualquer calçada. Penso um dia em morar e morrer nesta cidade. Morto mistura-me-ei em tudo nesta geografia desmedida. Ser pisoteado pelos seus moradores e suarei em cada corpo que passa pelos seus becos, ressuscitarei em cada toque de samba, e afagarei o sono dos bandidos e santos anônimos. Serei uma florestra umida de seus montes ou um lago destes jardins. Uma gota de praia ou uma bala perdida. Ressuscitarei em tudo. Serei Rio, este é meu sonho mais louco e mais visceral. Rio de mim mesmo.