porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

DEUS NÃO EXISTE!


“Deus não existe!” Esta frase não tem cunho meramente especulativo ou de ordem reflexiva sociológica. Mas sim, é uma afirmação simples, despida de qualquer pretensão de ofensa e revolta com aqueles que se intitulam crentes em algo ou alguém. “Deus não existe!” é uma verdade ontológica. O conceito de “Deus” é a projeção daquilo que esperamos em nossa vida ou seja, daquilo que nos falta. Deus por ele mesmo não existe, mas sim, é uma criação da história e da experiência humana na sua dolce, trágica vida. Deus é o resumo das nossas intencionais perspectivas e ou frustrações. Por isso, se queres conhecer uma pessoa conheça o seu Deus. Quando alguém verbaliza a sua “experiência” de Deus, nada mais está do que  materializando em um símbolo literário e plástico a sua experiência de vida, logo, a sua própria história. Neste sentido, o ente "Deus" passa de uma categoria transcende, absoluto e enigmático, para um elemento imanente e fenomenológico. Deus não existe! O que existe são variações simbólicas e projetadas pelos seres humanos. As pessoas têm necessidade de estender suas dores, suas realizações, seus medos e anseios, num campo ou num objeto que não sejam elas mesmas, mas sim, algo que seja intocável e inatingível. O caminho da sabedoria está na solidão e na capacidade de despojamento e simplicidade. Assumir a vida sem o manto mágico da imaginação abstrata e sem o barulho dos tratados humanos é organizar a vida para um destino autêntico e imanentemente saudável. Deus não existindo, permite a consciência humana de explorar suas possibilidades e destinar.

A baboseira religiosa continua


Religião a grande burrice e idiotice humana que se perpetua sem margens de esforços para a sua extinção. Quando o ser humano será capaz de olhar para si e observar os erros que comete intelectualmente e perceptivelmente sobre a natureza da vida, engendrada pelo viéis das "religiões"?

Ontem fui ao velório de minha tia e chorei não pela sua morte, mas pela ignorância pelas quais os seres humanos se expõem. Rituais, palavras repetidas, conceitos tão abstratos que não deveriam existir, pois não há sentido nem contorno de realidade, afogam a gente de barulho e de sons sem significado ou sentido. O padre falava como se soubesse da dor dos familiares e amigos do ente que estava morto. Tudo flactus vocis, e eu necessitava de silêncio. Nem no momento da morte nos deixam pensar na tragédia da vida. Não quero conclusões, quero silêncios banhados de perguntas e questões que surjam dos meus olhos e não de respostas e conclusões surreais, prontas e decoradas na boca de um homem intelectualmente fragilizado e sem a capacidade especulativa tão própria da existência humana.

O que mais me surpreende é que as pessoas (individualmente e coletivamente) perderam a capacidade de questionar e de interrogar: “O que é vida eterna?”, “O que é o amor?” “A vida é uma passagem, pra onde?”, “'Vida', 'sofrimento' e 'céu' que conceitos são estes? Como concebê-los no calor e frio da existência?” Estas e outras óbvias perguntas nem são cogitadas perante momentos como estes, que são orquestrados por pessoas tão fracas, ignorantes, esquizofrências. A conclusão é: Mentes inferiores manipulam mentes sem a disposição da interrogação. No meio chamado “religioso” é tudo tão absurdo e mentiroso que tenho vergonha de dizer que um dia participei de qualquer meio, momento e ritual deste gênero. Terei vergonha de meu filho e as próximas gerações. Na época em que vivemos é o grande estado de alienação e doença isto que chamam de "religião", espaço de interssantes tantos, de manipulações e de falta de pensamento, no bom e correto sentido. Pensar é arte pela qual hoje os seres humanos não são mais educados. Com apenas uma gota de consciência perceberemos o quão contraditórios e ridículos nos portamos e perdemos o tempo inadiável de nossas vidas, tão isto e tão desconhecida.