Que revolução esperamos?
Usaremos armas ou alguma estratégia bélica?
Faremos um ritual de protestos, com passeatas e motins em prédios públicos e privados, que armazenam a razão da sobrevivência de milhares de seres humanos estraçalhados, em sulgo e extrato, engarrafados num afazer insconsciente, muito mais para um ter do que para um ser? O ser é resultado de desejos, anseios, visões do que imagina de si mesmo e seu entorno. Quando um ser sujeita-se a mero objeto do fazer, perde a existência. Morre de modo vivo ou vive morto. Lá fora longe desta tomada virtual, passa o metrô caro e gente suada em montoados. O asfalto estrupa a terra infértil e podre de canos. O que dizer? O que propor? A revolução se deu sempre em idéias e mortes, além dos expontâneos suspiros de frustações com cicatrizes de outra ditadura, não esperada mas revelada. Não acreditem nesta melancolia histórica e tão contemporânea. Temos que crer na goela de outras sálivas? Não! Prefiro ser vomitado, expelido, jogado fora, desinfiltrado. No vaso da minha área uma planta subtrai a terra numa combinação simples do limite potencializador: terra - vaso - planta - água; para que assim: cresça, floresça, morra e volte a ser vida (se é que deixou de ser um dia) em forma de adubo. O sentido de uma flor está na possibilidade de exaurir-se plenamente em cheiro e cor.