porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Morte Cotidiana



Não somos máquinas nem objetos de uma funcionalidade que é ativada em qualquer momento, tempo e espaço.



Hoje não temos tempo para vagabundear e nem para dormir.


Somos engendrados num ritmo mecanicista em que o resultado é a produção de qualquer produto.


Não compram as coisas que fazemos, mas compram nossa vida e história.


Quando terei tempo para ociar um poema e um acorde no meu violão?


Há meses meu corpo pede silêncio e minha mente anseia por pensamentos vagos sobre a minha origem e o meu findar. Mas a agenda está lotada, sem brechas para acasos e prazeres.


Aqui neste momento de emprego e de sociedade, morre aquilo que sou: gente sem identidade, sem número, sem preço, sem função, enfim, um ser vivo para viver e buscar aquilo que já vivencei e que chmam de vida. Esta tão escassa e esmagada pelos fios, ferros e números de nossa tecno-materialista época. Morrerei rico, ou ressuscitarei pobre? A utilidade suga sua capacidade inutil de pensar e ser.

Eis a questão posta e querida em resultados ao longo dos dias e anos que me sobram.