porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

domingo, 30 de maio de 2010

Ação Cotidiana

Sem pensar. Uma atitude tão cotidiana, que se confunde com a ética. Humanamente falando isto é normal. Há doenças mais mortais do que aquelas as quais encontramos antibióticos na farmácia.

Capitaliza

Hoje descobri que o capitalismo trouxe uma vantagem para as sociedades urbanas: a oportunidade de usufruir de possibilidades antes tão monárquicas, encasteladas, isoladas pela equação de uma casta e/ou de uma herança vitalícia, que confunde ter com ser, saldos financeiros com sangue e sangue com qualificação de poder. O poder é uma caverna platônica, na qual seres humanos não são humanos mas reflexos de uma sombra imaginativa, que para isto acreditam e morrem. Hoje com dinheiro a pessoa tem acesso e tem a capacidade de fazer o que quer. Antes, não há muito tempo, existiam poucos barbeiros, na atualidade em cada esquina enxergamos um salão, pronto para ser usado por quem e quando quiser, basta pagar. A doçura e a salvação do capitalismo está na sua capacidade de apontar para a igualdade, ou seja, eis a grave contradição: aquilo que não se tem pode se ter - esta é a matemática capitalista, tão humanista e tão dantesca. Acho que nestas linhas quase entrei numa lógica da qual o pensador denunciava: "Somos livres para consumir!" Interpretar este aforismo é mergulhar na coragem de romper e deixar-se morrer nesta vida cotidiana de capital. Capitalizamos as nossas vontades e perpspectivas. será isto um mal ou um benefício? Historicamente vivemos na tautologia do consumir e do acúmulo.