porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

domingo, 21 de outubro de 2007

Puta cidade maravilhosa

Ontem estava mais uma vez no Rio. Copacabana com sua meretrizes e seus pintados, pelo sol, turistas de não sei donde. Devem ser da linha longe do oceano. O Rio tem algo que consome o orgulho de viver. Você pode tar fudido de cqualquer coisa. O Rio é o psicólogo dos pobres. É o delírio dos artistas. É a alma dos endemoinhados. É a brisa para os desertos homens. O Rio é algo para ser descoberto. O Rio é do Cristo não igrejificado, mas erguido como obra de arte pro mundo contraditório. Quem governa este Rio? Um homem? Talvez, Deus ou o Diabo!? O Rio é coisa de gente grande e brincadeira de nenem. O rio é a alma lavada na pedra de qualquer calçada. Penso um dia em morar e morrer nesta cidade. Morto mistura-me-ei em tudo nesta geografia desmedida. Ser pisoteado pelos seus moradores e suarei em cada corpo que passa pelos seus becos, ressuscitarei em cada toque de samba, e afagarei o sono dos bandidos e santos anônimos. Serei uma florestra umida de seus montes ou um lago destes jardins. Uma gota de praia ou uma bala perdida. Ressuscitarei em tudo. Serei Rio, este é meu sonho mais louco e mais visceral. Rio de mim mesmo.

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