porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

História inexistente


Nunca na história existiu uma revolução de filósofos ou teólogos, ou poetas. Tudo que se moveu de forma catastrófica e ou construtiva, por mais que seja impossível separar estes dois elementos, ambos estão implícitos no outro. Como diz Saramago: “O Caos é a ordem a ser descoberta!”
A Igreja se meteu na história não pelas palavras de Agostinho ou Tomás de Aquino, mas foi pelas engenharias de guerra e da inquisição de homens banhados pelas técnicas. A Igreja Católica foi levantada pelo conhecimento das artes e não pela experiência eterizada de “Deus”. Os argumentos sobre deus não moveram um estado, uma nação e uma comunidade.
A técnica prevalece ao raciocínio frenético de muitas pessoas. Hoje, parado diante do espelho da cama, perguntei-me: O que sei? Como posso mover este mundo de civilidades, para um rumo que imagino? Posso manobrar pessoas, estruturas, mas eu mesmo poderei mover algo sozinho? Fui criado em livros de fenomelogistas, de tratados de céticos, e de hinos de crentes. O que isto me torna mais imprenscidível para a história de desenvolvimento?

Não falo aqui de tecnologias, falo do progresso do espírito, que se equaciona no coletivo. Descobri que das mãos de um filosofo não existe arma e nem arado, apenas uma caneta indefesa, sem o ato de tocar a realidade. De palavras temos várias, sem eco, sem cor, sem cheiro, sem motivo, sem ponta e nem nervo. Quero a técnica que move a revolução, por mais que ela seja inútil, como todas as outras. Sair das reuniões e misturar-me ao mar de complexidades de uma realidade qualquer, da rua às mansões. E assim, quem sabe criar uma técnica para além das tecnologias políticas, morais, jurídicas, engenharias... Etc. quero a certeza de uma técnica que me traga a esperança de existir e da história. Quero ser trabalhador da história e de uma vida, que geme de mudança, não delas, mas daqueles que são vivos por idéias, assim chamados racionais: ser humano.

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