não pelo idioma em si, mas pelas bocas que o pronunciam
O que me afeta é o olhar de índio depositado nestes seres,
carregam paletós e meias de americanos
Uma sujeira cultural, lixo antropológico
Esta mistura é material não reciclado
Amo o Brasil pela sua nudez e colorido
Quero o português no boteco e o inglês só nos enlatados que não escolho
Estou sentado no aeroporto de Bogotá,
Pessoas passam em passos presos a um destino almodovariano.
Policiais são reféns do espírito crasso,
talvez pela falta de um controle democrático,
Aqui cheira um descontrole ético,
Farsa e fraca força política
Vejo ao longe o início das cordilheiras,
O ar pesa e lá fora políticos são políticos,
Gente é gente, feitas sempre de procura
Isto é que me intriga,
somos os mesmos em chuvas iguais
Quando ouvirei uma só língua,
Sentirei na pele o sabor de uma só nação,
diferente apenas pela hospitalidade?
Não quero supremacia ignorante,
mas a beleza gigantesca de um povo livre
Quero sentir-me em casa e não num quartel ou na casa do bandido
Quero gota expressiva de um mesmo que não é mesmo
Saber decifrar o código da depressão
Convocar não no sermão,
mas na experiência convicta de uma libertação sem bandeiras e nomes
Apenas um libertar,
como enxurrada em dias de tempestade
Assim iniciou a revolução hitleriana,
Um afogamento natural de uma intolerância
Estou aqui de saco cheio, e com olhos doendo
Mierda! Porque perdi o vôo de conexão?
O que era uma ponte, afogou-me neste lugar,
sem gosto e muito peso
A América latina de meus mortos revolucionários
tão europeus e americanos,
quanto a arma que punharam em suas convicções
Salve o tupi, e as mulatas
Liquidificadas pela inculturação sadia,
De um povo resumo, síntese do que se almeja humanidade
Sociedade, palavra frouxa e esbirutada no hospício do poder.
Um comentário:
Olá! O que vc t[a fazendo ai??? Estou em Sampa..Queria encontrar com vc!!!!! Vou te mandar um email..se der, responde?? rsrsrsrs
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