porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

domingo, 13 de junho de 2010

Verbo existir


Pare de ser solidário, seja crítico
Não queira o céu, escolha o subterrâneo
Não vote, assuma
Esqueça as letras e prefira a palavra
Quebre a porta e descubra a rua
Ame a estrangeira e admire sua família,
Eduque-se para não parar,
Denuncie o seu patrão,
Escolha um filho,
Compre passagens,
Roube alimentos,
Mantenha o escuro,
Prefira o sol,
Seja médico e abandone os argumentos,
Mergulhe em florestas, evite parques
Aventure-se no mar, esqueça o futuro
Ria dos engravatados,
Seja amigo dos mendigos,
Personalize os andarilhos,
Nomeie as flores,
Decore os atalhos,
Construa no seu jardim lares,
Nos becos cultura,
Seja amigo dos artistas,
Guerreie com os empresários,
Leia o tempo,
Abrace uma praia,
Na rotina esfregue as mãos,
Perca mais sonos,
Durma até doer,
Descanse de vez em quando numa Igreja,
Procure o silêncio,
mas seja boêmio
Seja gentil sincero,
Não perca a dureza,
Mas afague-a com humildade
Procure menos substantivos e adjetivos,
Use o verbo
Sofá é para pensar e não assistir tv,
Volte para seu passado e pinte-o,
Seja maestro de imagens e não ator de ficção,
O quadro transcende, enquanto a cena mata
Inicie antes de acabar

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