porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Quadrado redondo



Anteotem o prédio virou bailarina
A rua arrotou peixe de semana santa
Ó céu virou sangue ao entardecer
A senhora se transformou em doce de mel
Na vitrine um oceano de desejos de sereia
No alto da montanha um ar de concreto
Na cama dorme o livro esquecido
No aeroporto um camelo a espera
No canteiro nasce criança na árvore
Na escola o monge carneia um leitão
No pasto um palhaço chora de dor
Na janela o hemisfério é profundo
A outra vez se transformou agora

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