porta quebrada

Esta página não tem intenção de ser reconhecida pelos "outros", mas serve de alívio para o que nela tenta escrever, rabiscando sentidos e percepções. Fadada ao caos do tempo alienado dos compromissos, aqui a mão e o cérebro se faz silêncio e palavra que perfura até o chão da rotina, ou seja, aquilo que deveria ser e não é mais. Por isso, neste espaço não existe porta, pois está quebrada, arrebentada pela liberdade do interesse.

domingo, 10 de julho de 2011

Abstração do imediato concreto

Depois de ler livros, trabalhar em idéias tantas sobre o que é necessário para existência humana frente ao seu destinar presente e futuro, não encontrei nada, além do que frases repetidas e percepções segmentadas em aspectos curtos da história da humanidade. Hoje a quem fale bem de psiquiatria e de temas relacionados a patologias da modernidade (existem até catálogos para identificar estes tipos de doença. Em especial eu me classifico como um monstro psicológico em todos estes esquadros!).

Onde encontrar uma obra ou uma lógica que nos nutra de algo que saia de uns imediatismos e conclusões e medidas socialmente aceitos e introjetados na nossa existência? Dedicar-se a filosofia de tantos pensadores e metidos a gurus do presente e futuro? Ou esquecer-se diante de um afazer solto, tolo e sem rumo, apenas pegadas marcadas para qualquer trilha de distração? Como atuar neste cenário ou de crendices ou de negação ao pensar crítico?

Aí num passo em meio a um ócio e vaguear em meio há uma floresta se organização humana, surgiu tal conclusão: è necessário sair no imediato afazer e dedicar-se a observar as coisas como um extraterrestre a admirar e detalhar as tantas coisas que se fazem nesta terra. Somos antropocêntricos por natureza lógica, vivemos nossos amores e ódios como se eles fossem à razão autêntica e originária da confecção da vida. Somos patológicos seres, em que nos encaracolamos verdades imediatas, em que o universo do trabalho torna-se história de vida e morte. A dor cruel de uma má abordagem na padaria nos destrói feito guerra de Vietnã. Em falar de guerras construímos armas e matamos feito brincadeira de menino maluco ou satanizado. Não existe exorcismo que acabe com este mal, de perto tão natural e normal de longe uma aberração da inteligência sensível.

A física quântica já nos tirou o tapete de que não somos o centro do universo nem mesmo fazemos parte de 1/3 de sua capacidade de vida e de elasticidade criação.

Não somos e nem seremos nada. Buscamos verdades e inventamos deuses para justificar nossa centralidade umbilical com nossa voraz necessidade de sermos reconhecidos por nós mesmos e pelos outros. Na boca dos homens o seu deus é grande para que eles tenham mais forças e mais sentido de bajulações tantas. Levantamos templos como se fossem a coisa mais sagrada. E descobrimos distantes destas coisas que existem mistérios maiores e mais simples que não ousamos enxergar e nem pensar. Não somos nada e nem temos nada. Armamos casas e apartamentos e esquecemos de contemplar o painel de verdades que é uma noite e um dia que revela dimensões de tantas outras centralidades. Hoje já descobriram (ainda), com base no limite de nosso conhecimento humano, mais três universos que se interligam por canos infinitos. Quantas galáxias existem? Quantos planetas se escondem neste ar de ilógicas chamado de universo?

A saída sábia para um ser humano que busca uma sensação e uma equação autêntica de vida, está na sua capacidade de abstrair-se do imediato concreto, e vaguear pela ilógica espontânea da vida. Não quero tratados sociológicos e nem antropológico para identificar algum processo originário, quero sim lê-los como resumos de uma odisséia de contradições e alienações em que a única verdade está na doença disseminação pela natureza racional do ser humano. A natureza do pensar tem três variáveis, utilizá-la para a lógica de um produzir sem porque, a lógica de um viver para justificar a si e suas verdades e a última que selecionamos aqui como via autêntica, aquela que se abstrai do imediato e analisa esta história de alienação (trabalhos, sociedade, projetos, religião, relações) marcada por expectativas e frustrações e nada espera, nem convence vive da capacidade de contemplar de agir frente ao seu destinar natural morte e ciclo de adubagem existencial (deteriorização e transformação natural).

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